Sim, num primeiro momento as pessoas subtraiam uns dos outros aquilo que era do seu interesse: um machado de pedra, um pedaço de couro, ou um animal abatido. No entanto, a subtração do objeto gerava conflitos com o outro indivíduo, ou com a tribo vizinha, e assim começou-se a levar algo para oferecer em troca do que desejava e originou-se o mercado. Num primeiro momento ainda rudimentar, mas que mais tarde seria forte e se chamaria de comércio.
Aliás, algumas civilizações se destacaram na história exatamente pelo comércio, como foi na antiguidade o caso dos fenícios, grandes mercadores que se aventuravam pelos mares comprando e vendendo os produtos que encontravam. Mas o mercado, tal qual conhece hoje, cruel e avassalador, que transforma tudo em objeto de seus domínios para auferir sempre mais lucro, que inverte as essências de tudo que toca e que subverte valores, é moderno, fruto de uma economia capitalista.
É avassalador porque transforma tudo em objeto que possibilita aumentar os ganhos daquele que está à frente do processo, numa constante transformação dos objetos de necessidades básicas da população, assim como os bens supérfluos; mas não fica aí, o mercado tem transformado a fé religiosa, a arte, o sexo, a imprensa etc. em vassalos. Nada fica imune dos seus tentáculos, mas que nos últimos tempos, ofegante, demonstra cansaço quando, finalmente, domina voraz os setores mais reservados da administração pública do estado moderno.
Nesses tempos, que não existem mais divisas para novos mercados - em todos os cantos do Planeta encontram-se telefones celulares, calças jeans, automóveis, perfumes e joias a venda. Já não existem mais novos caminhos para as Índias. Alguns falam que agora o mercado vai para a área dos serviços, a indústria do lazer, mas isso nãos passa de uma reutilização do bagaço para ver se consegue ainda mais um caldo. É, o monstro voraz não deixará de existir, já que parece inerente à alma humana, mas por muito tempo existirá amainado de suas tendências.
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