Todo governante quer ser chamado de popular, o que quer dizer: um governo aclamado pela população. Bem-visto. No entanto, nenhum governante quer ser chamado de populista, pois assim seria ele um assistencialista, alguém que quer manter a população sob controle; que por sua vez pode acontecer por sistemas midiáticos, pela imposição militaresca, ou mesmo por outro modo qualquer.
Hittler fora chamado de populista, assim como fora Mussolini, Franco e Salazar, mas também chamou-se (ou chama-se) para Getulio, no Brasil, para Peron, na Argentina, e para Stalin, na União Soviética. E não se usou somente para governos totalitários; alguns, ditos democráticos, também foram alcunhado de tal forma, como foi o caso de Roosevelt e Kennedy, nos Estados Unidos, ou de Gaulle, na França, entre outros.
Então, não existe em si um governo populista; o termo não é contraponto de democracia, de socialismo, ou de liberalismo político etc; qualquer mandatário que trace um programa que vá efetivamente ao encontro da população pode ser chamado dessa forma. No mais, alguns estudiosos dividem o termo traçando-o como populismo de direita e/ou de esquerda, mas isso só mostra apenas que a condição pode ser tanto de um lado, quanto de outro.
Em geral, relaciona-se o termo com outro muito próximo, o assistencialismo. Usam-se a palavra para acusar certos governantes de assistirem à população; sendo assim, um governo populista teria como característica o assistencialismo. Mas a acusação não se sustenta, pois se assim fosse seria necessário re-discutir a essência do estado, ou seja: a sua relação com o indivíduo. Qual a função do estado?
O próprio termo populismo, como bem se percebe, está muito distante das definições que fazem os dicionários: "aquilo que é do povo"; "qualidade do que é popular". Portanto, esse conceito político está mesmo é carregado de uma forte carga negativa, de modo que nenhum governante a aceitaria como definição de seu governo. Mesmo assim, as pessoas continuam a usar como sinônimo de popular, ou de assistencialismo. Aí está a complexidade e a beleza das áreas humanas.
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