Nessas comemorações dos 200 anos de nascimento do pensador alemão, Karl Marx, muitas análises sobre o materialismo histórico devem acontecer em todo o Planeta, tanto por conta dos estudiosos do pensamento, quanto dos seguidores e mesmo dos seus detratores. Congressos e seminários estão sendo programados, o que é por demais interessante e necessário tendo em vista que dois séculos o separa dos dias de hoje, mas seus textos continuam atuais.
Em primeiro lugar, a despeites dos adjetivos diabólicos ou santificados, o pensamento de Karl Heinrich Marx não se esgotou nos tempos do século 19 porque sua crítica ao sistema capitalista sobreviveu às circunstâncias históricas. Claro, essas adaptações foram mais uma entrega dos anéis para não perder os dedos e por isso é sabido que hoje algumas leis trabalhistas protegem os trabalhadores.
No entanto, o materialismo histórico vai muito além das críticas miúdas que comumente acontecem aqui e acolá. É preciso que se busque as origens, já que nada surge do nada. Marx não foi o primeiro a falar de socialismo, pelo contrário, em sua época de juventude as ideias socialistas e libertárias já povoavam a intelligentsia do momento. O que ele fez foi readequar aqueles pensamentos de então dentro de ideias de ordem científicas; ou seja: estabeleceu com clareza o objeto e o método dessas análises, a percepção histórica sob um ponto de vista dialético.
Depois, é preciso que se busque as leituras do jovem Marx; algumas muito fortemente presentes em seu pensamento, como é o caso de Epicuro com ideias de prazer e felicidade, ou de Rousseau com um discurso fortemente contrário ao sistema absolutista vigente e até o liberal, Adam Smith, e a posição de que a origem da riqueza está no trabalho e não na terra como então se pensara.
Se o pensador grego, Epicuro, despertou em Marx a ideia de que a razão da existência humana é a busca pela felicidade, Rousseau mostrou-lhe que é possível um contrato social que propicie essa felicidade. Da mesma forma o economista Adam Smith mostrou-lhe que a origem da riqueza do homem está na transformação da matéria prima em bens de uso, portanto, o trabalho. Ora, o que Marx fez foi juntar tudo isso e mostrar que esse responsável pela transformação de matéria prima em bens de uso - o responsável pela produção da riqueza humana - deve buscar a sua felicidade, porque uma outra sociedade é possível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário