segunda-feira, 28 de maio de 2018

Paralização de Caminhoneiros e o Golpe

Após 26 dias de paralisação de caminhoneiros por estradas de todo o País, houve uma tomada de poder no Chile seguindo um plano da CIA (polícia dos Estados Unidos) em obediência a uma determinação expressa de Washington. Havia medo de que a influência estadunidense se perdesse e a decisão, com a mesma preocupação, já havia sido tomada com relação ao Brasil, ao Paraguai e a outros países da América Latina.
A tomada de poder no Chile fora um golpe realizado pelo Exército e a Aeronáutica daquele País contra o presidente Salvador Allende, democraticamente eleito em 1970 com 36% dos votos válidos contra o seu opositor, com 34%. Logo após a vitória nas urnas do Partido Socialista, o secretário de estado estadunidense, o alemão judeu, Henri Alfred Kissinger, declarara seu descontentamento com a posse daquele que faria uma administração contrária aos interesses dos "irmãos do norte".
A constituição chilena mandava que o presidente eleito por voto popular passasse ainda pelo crivo do Congresso e, com as duas aprovações, deveria ser então empossado. Para desgosto de Kissinger, e contrariando os interesses estratégicos dos Estados Unidos no leste da América do Sul, o novo presidente foi empossado de forma legítima e com promessas de maior autonomia para seus país.
No entanto, nos anos de 71 e 72, seu governo foi cada vez mais cercado com dificuldades econômicas e empecilhos nas transações internacionais, impossibilitando-o de efetivamente de administrar o País e fazer as transformações esperadas daquela nova administração. Com isso, as relações do Chile com os Estados Unidos da América foram cada vez mais prejudicadas, o que tornara o governo de Allende insuportável.
A decisão do secretário de estado estadunidense era clara, os militares chilenos precisavam assumir o controle e fazer uma administração parceira, voltada para os seus interesses. Mas, para isso, era preciso que o governo, ora em exercício, ficasse ainda mais insustentável. Foi então que, através da embaixada daquele país, uma paralização de caminhoneiros fora organizada sem a percepção dos chilenos das estratégias montadas, nem mesmo pelos próprios participantes. Em duas semanas a população estava completamente desabastecida dos insumos mais importantes e o caos tomara conta do País do Sul ao Norte.
Quando o governo tornou-se impossibilitado de prosseguimento e, seguindo uma cartilha previamente pensada, os militares começaram a fazer declarações contrárias ao governo estabelecido e, nesse mesmo tempo, grupos de populares incultos, ou desavisados, começaram a pedir intervenção militar. Foi o que aconteceu: em 11 de setembro de 1973, com a negativa de desmontar o governo, a Aeronáutica bombardeou o Palácio de la Moneda e o Exército entrou e assassinou o presidente da República, Salvador Allende, (forjando um suicidio) e o novo governo foi assumido pelo general Augusto Pinochet. Iniciava então, um período de prisões, torturas e mortes e terminava a longa paralisação de caminhoneiros no Chile.

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