sexta-feira, 6 de janeiro de 2017
O Catolicismo Romano e a Fragmentação
Em todo o mundo o cristianismo, desde o seu surgimento há 2000 anos com as pregações dos apóstolos, sofreu mutações, mas não foram tão profundas quanto às vivenciadas nos últimos tempos num constante esfacelamento em várias pequenas seitas e religiões. Nos tempos dos apóstolos, com a criação das comunidades cristãs ao longo da Ásia Menor, do Oriente Próximo, da África e da Europa, já se observavam as heresias - pensamentos contrários a linha central de uma teologia unificada.
Já no primeiro concílio, o de Nicéia, convocado pelo imperador romano Constantino, em 325, um grupo de bispos, reunidos na cidade de Nicéia da Bitínia, atual Iznik, na Turquia, concluíram que precisavam delimitar as noções teológicas do recém criado cristianismo, então com apenas 300 anos, sob o nome de Igreja Católica Apostólica. Ficariam de fora os vários textos de pregações comuns e evangelhos, que passaram a ser chamados de apócrifos, e as inúmeras seitas rechaçadas como um desvio da verdadeira fé.
Se o imperador governava a partir cidade de Roma, deveria ser também a partir da capital do Império que a cristandade se unificaria e sob o poder central do bispo local. Além do que a tradição cristã afirmava que fora nela que o discípulo Pedro, uma espécie de líder religioso, teria sido martirizado.
No entanto, por volta de 600 anos depois, as parcelas da Igreja organizadas em Atenas, em Moscou, em Constantinopla e em outros centros do Oriente, se rebelaram contra o bispo de Roma e se constituíram as igrejas católicas apostólicas, grega, russa, bizantina e outras. Essas ficaram conhecidas no Ocidente como igrejas católicas ortodoxas ou orientais.
Mesmo assim a igreja romana continuou forte, em todo o ocidente europeu, centralizando a cultura, a política e a economia das populações, até o surgimento dos reformadores, homens religiosos impulsionados pelos novos tempos que fizeram frente ao poder central e provocaram um cisma profundo. Ainda assim o poder da Igreja Católica Apostólica Romana continuou forte, mas seus líderes já viam com preocupações o surgimento dos adventistas, dos anglicanos, dos luteranos e dos batistas surgirem e, deles, as inúmeras outras denominações.
A partir daí, a cristandade ocidental viu uma constante fragmentação e em uma aceleração constante, de modo que o poder central romano vê com muita preocupação o fenômeno da proliferação das seitas pentecostais, essas pequenas agremiações religiosas que seguem a ideia do recebimento de dons do Espírito Santo, baseados na antiga Festa de Pentecostes dos judeus. Aliás, na America Latina o catolicismo só não se fragmentou mais devido ao fato desse mesmo pentecostalismo ter entrado também na igreja romana com o nome de Renovação Carismática Católica, RCC.
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