segunda-feira, 13 de março de 2017
A Infelicidade e o Remédio
A felicidade e a tristeza são dois polos de um mesmo ser, estágios antagônicos que o espírito pode atingir e que são divididos por incontáveis pontos intermediários. Dois estados de espírito, cuja compreensão é buscada por ciências, tão díspares – com objetos e métodos tão estranhos entre si, quanto são a Psiquiatria e a Sociologia.
Mas ambas acordam em um ponto, a infelicidade é um estado momentâneo de insatisfação e desequilíbrio, em que o sofrimento e a inquietude existem e que todos os fatos que lhe ocorrem podem ser transformados em emoções ruins ou de desprazer. Os motivos que levam à infelicidade pode ser a falta, ou excesso, de determinadas substâncias no organismo e, nesse sentido, atualmente a Psiquiatria tem evoluído bastante; mas também pode ser de ordem social, política e cultural, ocorridos de acordo com os encaminhamentos, como o modo que, cada um, vê a sua vida ser conduzida.
No que tange ao social, pode-se dizer que se dá pela não satisfação das necessidades, sempre comparadas à satisfação já obtida por parte dos seus semelhantes. Isso porque a infelicidade nasce das comparações; o infeliz compara, ou a condição em que está vivendo com uma hipotética, a qual ele gostaria de viver, ou por sustentar a necessidade de algo que entende como importante e que não consegue suprir.
Um exemplo: se uma pessoa estiver em uma ilha deserta, a infelicidade não será a falta de um carro, de roupas, de um teto, da esposa ou dos amigos, mas a sua condição de náufrago, de perdido. Nesse caso, não compara com o outro que tem muito ou que não tem, já que está distante de todos, mas compara a sua condição de náufrago com a própria que tivera antes na civilização.
Nesse caso, se a infelicidade é mesmo um estado de espírito, a verdade é que ninguém é plenamente feliz, de modo a não experimentar momentos de dissabores e de depressão, até porque – humanamente - viver é estar em meios a um turbilhão de contradições e contrariedades.
Remédio existe. Se, por um lado, a indústria farmacêutica desenvolveu um cem números de substâncias que prometem diminuir a depressão e a ansiedade; de outro, a filosofia e as ciências humanas têm a dizer que a infelicidade, se não extinta, pode ser amainada por duas vias: uma, diminuindo em seu modo de vida as necessidades produzidas pelo sistema econômico; duas, correr atrás dos objetivos, daquilo que a mente está a dizer que é o que faz feliz.
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