sexta-feira, 3 de março de 2017
Subconsciente, Ideologia e Pulsão
Que os humanos têm uma primazia sobre os demais animais no que concerne a estrutura mental é sabido por todos; se os cachorros, por exemplo, sabem que seu amigo humano chegou, mas não sabem disso, enquanto os humanos sabem que aquele é o seu cachorro e sabem que sabem disso. Nesse caso, o homem se utiliza da consciência e, através da razão, dirige o seu destino. Pelo menos é o que se pensa e o que se quer.
Já que o austríaco, Sigmund Freud, trouxe a ‘boa nova’, os homens não são dirigidos exatamente pela consciência, mas também, e principalmente, por um outro fenômeno que acontece paralelamente, o subconsciente. Estariam nele os medos, as ansiedades, as frustrações e toda a sorte de freios e impulsos direcionadores da vida humana, mas que não se tem controle.
As pessoas comem, bebem, trabalham e estudam acreditando fazerem o que querem e como querem, mas o fazem, em grande parte, de acordo com os traços que lhes foram marcados pelo tempo no subconsciente. Sendo assim, um questionamento: os avanços científicos, as determinações políticas e as decisões jurídicas seriam elaborados a partir de um sistema sem controle? O mundo seria governado, mormente, pelo subconsciente?
O alemão Karl Marx vai além e puxa para o lado político ao afirmar que as pessoas dirigem seus destinos por outro fenômeno, a ideologia, um conjunto de verdades elaboradas de forma fechada, absoluta, e que dá ao portador a dimensão do mundo. As pessoas, então, agem e decidem os seus destinos sim, mas o fazem imbuídos de tais elaborações prévias que podem ser de ordem religiosa, econômica ou social; sempre numa convergência para a política.
Por outro lado seguiu Friedrich Nietzsche afirmando que a consciência não dirige os destinos das pessoas, mas o corpo como um todo. Para o pensador alemão, todos os órgãos pulsam com vontades, frustrações e desejos para que a pessoa dirija os seus próprios passos. A consciência parece ser apenas um administrador, um organizador, desses pulsos.
O que se pode dirimir é que esses pontos são inevitáveis na compreensão das ações humanas, principalmente se a discórdia for sobre liberdade, livre-arbítrio, pecado, pena; essas coisas. É preciso levar em conta que a condição humana com sua capacidade de pensar vai muito além de um raciocínio coerente; em se tratando de pessoas não existe uma lógica matemática determinante, de verdades absolutas.
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