quarta-feira, 8 de março de 2017

Apenas a Grandeza da Existência

Se existe uma sabedoria para elem da mente humana, esses mesmos humanos não têm acesso, pois tudo o que sabem é o que as suas ciências e tecnologias lhes proporcionam. No entanto, com isso, se percebem no mundo e, ao se perceberem, se elevam como seres grandiosos, inefáveis e magníficos. Enganam-se, pois, ao se considerarem magníficos, elevados, não se percebem como seres que existem; não percebem que a grandeza maior do ser não pode estar na capacidade que pensar e de se perceber no mundo: apenas em ser. Assim como todas as coisas, o elevado é a existência, é cada indivíduo estar, elemento a elemento, associado de forma a existir como corpo. Tudo que existe é estranho, é complexo e magnífico exatamente porque existe. O simples fato de ser torna o objeto elevado, peculiar, único, mas, como está ao lado de todas as coisas que compõem o universo, todas elevadas porque existem, pelo fato dessas coisas serem vistas a todo o instante, por serem tocadas, manipuladas, tornam-se comuns. Os cavalos, os homens, as árvores, o pequeno grão de areia na praia, assim como o seixo rolado inerte no fundo do rio, têm a sua singularidade e grandeza porque existem. Isso significa que poderiam não existir. Tal coisa poderia não ser, mas é e, para ser, foi preciso uma quantidade imensa de condições favoráveis e necessidades aconteceram de tal forma em sua composição e originalidade. Não se trata de se estabelecer uma condição divina para cada coisa, elevando tudo a uma condição panteísta, assim como também não se trata de se estabelecer a admiração a um ser criador, um motor inicial, necessário para tudo, já que tudo é grandioso, mas, além disso, de admirar à volta a condição de existência das coisas. Trata-se de o ser humano, como pensante que é, se perceber apenas como um ser a mais, assim como tudo que existe está interligado a todas as coisas em uma extensão de tudo o que há, das pedras às árvores, dos manguezais às montanhas etc. Isso porque quando se percebeu como ser magnífico, dotado de sabedoria, e se pretendeu capaz de entender tudo, o homem se desconectou do restante das coisas e se posicionou como um ser além dos demais. Esqueceu que é apenas uma coisa a mais na imensidão de tudo que é e que seus entendimentos nunca serão suficientes para abraçar a grandeza de tudo que está ao seu redor.

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