sexta-feira, 10 de março de 2017

Mulheres, Bem-Vindas!

Essa era de transição em que a mulher, metade da população que até agora fora relegada a um papel secundário na condução da sociedade, e que no momento passa a se impor nas mais variadas atividades, parece ser, necessariamente, turbulenta, já que toda mudança gera controvérsias de prós e contras. É que mudança é ato de revolver substâncias que estão assentadas para readequá-las em outra configuração, portanto, em condições diferentes. Certamente que esse papel secundário foi-lhe imposto por uma cultura milenar, determinante para o comando dos homens, e a grande prova foram as muitas mulheres que furaram esse bloqueio e, de um forma ou de outra, se fizeram grandiosas, temidas e respeitadas. Mas, a despeito dessas varoas valorosas, muitas foram submetidas a condições inferiores, degradantes, ou funções decorativas e sexuais. Acontece que a mudança que vem ocorrendo em boa parte do Ocidente, e em determinadas outras regiões do Planeta, não se pode pensar apenas na troca de funções para as mulheres no chamado mercado de trabalho. A alteração não acontece só na troca de atividades, mas completamente na ordem instituída, com mudanças nos papeis que tradicionalmente foram imputados ao homem e à mulher (um frente ao outro, os dois frente ao grupo familiar, frente aos compromissos financeiros, frente aos valores morais e estéticos etc). Mesmo que não hajam vozes contrárias ao constante fortalecimento das presenças femininas nos vários setores das sociedades, parece que os entraves acontecem nesses meandros de transição, mas que todos devem ser superados. Os papeis dos agentes deverão cada vez mais ser readequados – e, aí, deve ser lembrado o papel dos homo-afetivos que acabam ajudando a quebrar os antigos paradigmas – e tempos chegarão em que tudo isso será contado distante pela história. Uma coisa é certa, não há retorno e não teria sentido as sociedades voltarem a submeter metade de população às condições anteriores. Portanto, é preciso que a presença das mulheres seja aceita (por homens e mulheres) como efetivas e determinantes, que os preconceitos mais reclusos sejam extintos, que cada vez mais novas leis readequem as relações e que as sociedades aprendam de vez as novas configurações.

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