Para entender as civilizações, nessas duas últimas décadas, precisa se levar em conta relações muito próximas entre os setores da economia capitalista, os chamados meios de comunicação e as corporações atuantes junto ao estado. Mas para isso é preciso remontar as primeiras discussões sobre economia, política e sociedade feitas ao longo do século 19, no calor da efervescente revolução industrial.
Nesses tempos, o pensador alemão, Karl Marx, definira estado como sendo um instrumento da nova classe em ascensão, um comitê de defesa dos interesses da burguesia, instituição a ser suplantada ao cabo da revolução social que seria promovida pelos trabalhadores industriais. Nesse caso, através do estado, os donos do capital jogariam pesado para que as sociedades, ditas democráticas, escolhessem deputados, senadores e governadores que se comprometessem com os seus projetos de aumento dos ganhos. Posteriormente, alguns pensadores da Teoria Crítica, já no século 20, repensaram o caso e afirmaram que das lutas operárias muitos sindicatos de trabalhadores elegeram representantes para os parlamentos e que esses faziam o contraponto com os governos burgueses ao aprovarem leis em defesa da classe laboral e que - assim - punham um fim à crueldade do sistema capitalista de produção do século anterior.
Acontece que nas últimas décadas, a medida que os trabalhadores se organizavam politicamente e elegiam parlamentares e governantes com programas balizados em preocupações sociais, os meios de comunicação de massa se fortaleceram e dominaram o cenário político e cultural nas sociedades com educação mais fragilizada. O poder econômico, que outrora se utilizara da força bruta do estado para impor suas vontades, passara agora a fazer uso das redes de televisão, dos jornais e dos rádios para disseminar suas orientações econômicas e políticas.
Mas a história segue e o sistema econômico sente o peso da idade ao perceber que os avanços tecnológicos (a internet) que podem impulsionar o mercado ditando leis de seus interesses, pode também dar autonomia às pessoas para cada vez menos se deixem prender às orientações de um mesmo veículo de comunicação. Chegou a era da interatividade e as pessoas cada vez mais mudam os veículos de comunicação de seus interesses, pulam de um blog para o outro, de um portal para outro; além do que, grupos organizados - desconectados de um sistema central - escrevem e, bem ou mal, já interagem e escapam de uma centralização.
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