sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Do Nada Para o Nada

O que houve de mais importante, até o momento atual, com qualquer ser vivo foi o seu surgimento, o nascimento; a segunda coisa mais importante será o seu derradeiro momento ou, a morte. Nada pode parecer mais importante para um ser que o seu surgimento e o seu fim. Isso parece contraditório: como podem os seres existirem e nascerem para morrer? Mas é isso mesmo, a contradição é inerente aos seres que surgem como fenômenos da existência para, em fim, deixarem de existir. Em outras palavras: tudo que hoje é, um dia não foi e um dia não mais será. Nesse análise precisa-se levar em conta que o tempo não existe, a não ser como construção abstrata dos humanos, na tentativa de controlar a todo e a todos, determinam períodos em que as pessoais existe, mas que nada mais são do que seres que seguem em um constante caminhar, do não existir para um novamente não existir. Quando os cientistas modernos afirmam que "na natureza nada se cria, nada se perde, mas tudo se transforma" estão se referindo apenas à matéria, um conjunto de elementos, seres que se pretendem concretos mas que as consciências apenas supõem que existam. Não se tem como prova -los absolutamente. Afinal, os saberes residem mesmo é na consciência de cada indivíduo que tenta interpretar a si próprio e a tudo que está a sua volta. Os sofrimentos, os amares, a felicidade, assim como o ódio, o rancor e os medos são todos fenômenos que pairam nas consciências, que por sua vez vêm do nada, existem e regressam sempre para o nada. Nesse caso, todas as certezas caminham para o local de onde um dia vieram: o nada. Portanto o que conta, ou deveria contar, na vida de alguém não são os momentos já ocorridos desde o surgimento de cada um, mas os momentos que ainda deverão ocorrer. Do que passou resta apenas a memória, um conjunto de saberes que pairam na consciência, identifica cada ser pensante e lhe dá o aprendizado. Nada mais. Quem começou a ler este texto há alguns segundos, neste último parágrafo está alguns segundos mais perto da morte, mais perto da não existência. E desse momento até o fim, até o último suspiro muitos outros segundos deverão acontecer; o que conta é a eterna busca pela felicidade para o que lhe resta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário