quarta-feira, 12 de outubro de 2016
Mudanças, Reformas e Revoluções
Que tudo está em constante transformação de tal modo que o verbo ser parece obsoleto e que, em seu lugar, se deveria usar apenas o estar, já que aquilo que agora é um dia não foi e um dia não será mais é algo, há muito tempo, aceitável. Assim como as montanhas, os mares e as estrelas que um dia não existiram e que um dia não mais existirão, também as ideias e, com elas as ideologias, os costumes e as crenças um dia não mais serão como hoje.
Para alguns, essas transformações acontecem de forma evolucionista num sentido de que tudo caminha do inferior para o superior; isso implica que tudo que hoje existe é melhor do que aquilo que um dia foi. Para outros, essas mudanças não são evolução já que alguns pontos de hoje não são melhores do que aquilo que fora no passado; aliás, para alguns, o que se tem hoje é até pior.
Existem ainda as reformas e as revoluções. As primeiras figuram como pequenos reajustes em pontos frágeis, ou pequenas mudanças localizadas, mas que na totalidade não se deve sofrer alterações. E as segundas, as revoluções, como mudanças completas, totais, de modo a não ficar pedra sobre pedra daquilo que já fora um dia. Diante disso, os governos falam de reformas políticas, reformas administrativas, reformas do judiciário, reformas educacionais, reformas econômicas etc.
Mas o interessante em todas as idéias de mudanças é que isso fascina a humanidade há muito tempo, mas fascina pelo conceito, apenas pela palavra, como se fosse possível o entendimento de algo apenas pelo conjunto fonético, sem o conteúdo que ele representa. As pessoas falam umas às outras sobre a importância e a necessidade de mudanças e os meios de comunicação veiculam frases enfatizando a urgência de transformações, de reformas. O que não se fala é do conteúdo da mudança.
Ora, se tudo está em transformação de forma inevitável e se os humanos podem interferir no caminho porque seguem, convém que se pergunte: que mudanças são essas? Aonde vai chegar? De outra forma se poderia perguntar sobre a sua intensidade: o que se necessita é mesmo uma reforma, apenas algumas mudanças aqui ou acolá? Ou se faz necessário muito mais que isso, uma profunda transformação, algo que se poderia chamar de revolução?
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