segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Em Tempo de Eleição

Em período eleitoral, quando os nervos estão à flor da pele, quando alguns vêm como um momento de possíveis transformações sociais, enquanto outros, como momento de angariar algumas vantagens é preciso que se faça uma análise. Ainda mais se essa sociedade necessita urgentemente de reforma política, reforma administrativa, reforma judiciária; enfim, uma reforma do estado. Quem sabe, o que se precisa é uma revolução. Em primeiro lugar, não há muito a ser feito se aquele que deveria se comportar com cidadão, cônscio dos seus direitos e observador dos seus deveres, não é conhecedor dos direitos, tanto quanto não é praticante dos deveres. Nesse caso a política passa a ser algo alheio, uma prática de alguns indivíduos distantes, grandes “pais do povo”, que tudo devem fazer aos demais que o esperam inertes. Não há o que fazer porque se fizer será feito por alguém, ou um grupo - uma vanguarda, que provoca a transformação ao restante da sociedade; sendo que quem deveria fazer é o próprio indivíduo no exercício de sua cidadania. Como se não bastasse, e integrado a esse pensamento despolitizado, observa-se um sistema de comunicação social praticando um desserviço à sociedade alimentando os seus espectadores com um comodismo e alheamento a partir de uma visão social e política baseado em senso comum. Observação: algumas empresas de comunicação não são despolitizadas e alheias, mas transmitem suas informações baseadas em interesses econômicos e políticos. O resultado da junção de todos esses ingredientes, em uma prática de tantos anos, é a contínua reeleição de pessoas completamente desconectadas dos interesses daqueles que os elegeram. Aliás, aquilo que os livros de Ciência Política dizem de uma democracia: “as pessoas elegem aqueles que vão representá-los”; acontece diferente: elege-se pessoas que não vão representar os que elegeram, mas a si próprios. E, num círculo vicioso, entra eleição e sai eleição e tudo se repete. A pergunta que fica é: o que fazer? A resposta vem forte de todos os lados: investir em educação. Mas isso deveria ser feito por aqueles que foram eleitos e estão satisfeitos com o estado de coisas aí colocado. Além disso, como pode a educação fazer algo já que se retira da sala de aula aquelas disciplinas que por ventura fariam pensar? As nuvens são pesadas e pouco, ou nada, se pode fazer.

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