quarta-feira, 19 de outubro de 2016
O Corpo
Corpo pode ter um sentido literal, designando cada objeto que existe fisicamente: o corpo de.um homem, o corpo de um cachorro, o corpo de um cavalo ou de um elefante; ou apenas uma representação: Um corpo clínico ou um corpo de dança. Alguns falam em corporativismo, em corporação, ou espírito de corpo. Mas, além do uso metafórico e literal, o termo pode trazer conotações variadas, como um trabalho que exija a presença do agente,dito corpo a corpo, assim como pode ter a conotação de um ato sexual ou de uma atividade político-partidário.
Para Santo Agostinho, baseando-se no pensador ateniense, Platão, a carne (e aqui se faz referência ao corpo humano) tem a sua relação direta com o mundo terreno - diferente da"Cidade de Deus" - é a origem e o destino de todos os prazeres mundanos. A carne é terrena em sua origem e destino, só experimenta os sofrimentos e prazeres do mundo terreno, portanto, é suscetível ao pecado.
Por outro lado, Santo Tomaz de Aquino viu esses mesmo corpo, 600 anos depois, de forma diferente. Leitor de Aristóteles que era, dizia ele que se tudo existe teve que ser feito e se tudo foi feito teve que haver quem o fizesse; ora, se todo corpo humano foi feito por Deus tem nele uma fagulha da sua existência. Nesse caso, deixa de ser um objeto do pecado, da transgressão, para ser algo de admiração e de entendimento porque é um tabernáculo do próprio Deus.
Mundano ou divino, o corpo é o único ser que os humanos têm para saberem que existem. A única certeza que se tem é que se está de posse de um corpo e que nele se experimenta todas as sensações: a fome, o frio, a sede, o cansaço e tudo aquilo lhe é inerente. Mas também é nele, ou através dele, que se experimenta a dor, a felicidade, a saudade e todos os sentimentos de amor e ódio.
Por mais espiritualista que se queira ser, é no corpo que se encontram todas as possibilidades de experiência, é nele e somente nele que se encontram todos os saberes. Isso porque esse mesmo corpo em funcionamento cria aquilo que a Psicanálise e o Marxismo chamaram de consciência, o saber de si e daquilo que está à sua volta; não é possível pensar o espírito sem antes pensar esse corpo que pensa o espírito.
O que se pode deduzir é que tudo que os humanos entendem como verdades, ou pensam entender, não passam de construtos do corpo ( direito, economia, ética, ciência, fé etc.) e por esses construtos matam-se uns aos outros.
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