quarta-feira, 9 de novembro de 2016
Brasil, Democracia de Contradição
O Brasil vive, nos tempos atuais, uma profunda contradição no que diz respeito ao termo democracia; se por um lado burocratas, escolhidos através de um sistema meritocrático, vão aos holofotes clamar por mais e mais democracia; por outro, indivíduos escolhidos, dito “democraticamente”, insistem em pisoteá-la. Essas contradições, por certo, se dão devido a falta de um cultura política, de um conhecimento antropológico e das relações sociais do próprio povo.
E essas contradições se mostram já nas práticas dos congressistas, nas ações dos representantes do Executivo, nas decisões dos juízes, dos ministros e dos desembargadores. Alguns usam de pesos e medidas diferentes, de acordo com as conveniências ideológicas. Na continuação, o cidadão comum, sem muita orientação política, pratica as mais estranhas aberrações sociais: de botar fogo no mendigo que dorme na beira da rua, a se achar no direito de fazer linchamento, ou mandar a presidente tomar no c... etc.
Recentemente o País teve, como primeira mandatária, uma senhora sexagenária que foi vilipendiada pela turba, quando não por professores, por jornalistas e outros representantes da sociedade. Frases malcriadas foram escritas em carros e muros, além de adesivos fixados em carros com caricaturas dessa senhora, de pernas abertas ao redor do cano de combustível, passando a ideia de que, em seus órgãos sexuais entrava a gasolina. Em nome também da democracia nada foi feito. Com ninguém.
Por mais que falem em direitos, em liberdades e em respeito, sabe-se pouco sobre a vida em grupo e a necessidade do outro para se completar na sociedade. Ubanidade. Os brasileiros não querem democracia. Eles falam muito sobre isso porque acreditam ser um termo importante, já que ouvem falar sobre a sua importância social e política. Nada sabem, já que pessoas foram torturadas e mortas em ditadura militar recente, mas uma parcela insiste que nada de mal aconteceu nesse período e alguns chegam a almejar o retorno.
Em nome da liberdade de imprensa, jornalistas já não escondem mais as suas preferências partidárias e destilam ódio nas páginas dos jornais. No entanto, também em nome dessa mesma democracia, a polícia invade uma trupe de teatro que apresentava uma peça mostrando atitude da polícia, sob a acusação dos atores fazerem ”mal uso dos símbolos nacionais”.
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