quarta-feira, 30 de novembro de 2016
A Morte, o Sentido da Vida
Atônitos, os homens tentam entender a efemeridade do seu existir. Ele percebe que tudo passa tão rapidamente. Parece que há poucos anos ainda era jovem, moço e, agora, desponta para uma idade avançada, quarenta, cinqüenta, sessenta anos. E, com isso, as perguntas fatais lhe percorrem a mente: como é o fim, a morte, o não existir? Por que viver se o sentido é o não existir? Perguntas comuns a qualquer ser que existe e insiste em pensar.
Acontece que todos morrem. Por mais que se estique a pele, que se implante cabelo, ou que se perfume muito ou tome banho de rosas, cada um vai morrer. Por mais que se lute contra um câncer, contra a AIDS, que se faça fisioterapias, exercícios na academia, ou que se coma verduras e carne branca, cada um vai morrer.
Cada um vai morrer porque o caminho natural de todos os que existem é, em algum momento, o não existir. E o interessante é que as pessoas passam todo o seu tempo tentando caminhar ao longe de tais questões e se, por ventura, alguém trazê-las à baila, de pronto é rechaçado.
Alguns vivem apenas poucos minutos e param ali mesmo, outros demoram mais, chegam a juventude ou a vida adulta; outros chegam perto dos cem anos e, alguns até ultrapassam. Certas pessoas carregam uma doença por determinado tempo e se percebem definhando no dia a dia, enquanto outros enfrentam o peso do tempo e ficam perplexos com a chegada da velhice. Alguns morrem sem esperar, sem perceber que o tempo findou, muito rapidamente deixam de existir em meio às ferragens ou outros destroços.
Mas se a morte é o destino que aguarda a todos, talvez o segredo da eficiência no seu combate seja um viver da forma melhor possível, um viver que atenda os próprios anseios e necessidades. E, assim, como um florista que arruma cada flor, com cada vaso nos seus lugares e borrifa água, dando mais expressão às flores, para que o conjunto agrade o freguês, assim também é preciso que se pense na estética da própria existência: cumprindo direitos e deveres como membro da sociedade, mas com respeito próprio, com dignidade.
É preciso entender que o contraste do dia é a noite, assim também o que contrasta com a morte é a vida. Portanto, é preciso que se viva liberto das convenções culturais, ideológicas ou de mercado (apesar de que algumas dessas também podem dar sentido a vida), mas ocupando os espaços de sua própria existência, fazendo e buscando o sentido do que está a volta. E isso precisa ser feito antes que tudo se vá; ou: antes que as luzes se apaguem.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário