quarta-feira, 2 de novembro de 2016
O Colono e o Interesse Pelo Estrangeiro
Usado de forma inadequada no Brasil, o termo colono deveria afirmar algo muito diferente do que comumente é pensado, aquele mora no campo e dali arranca o seu sustento. Isso porque, nos primeiros tempos de imigração para a região sul, o trabalhador recém-chegado era estabelecido em núcleos coloniais organizados pelo governo; os quais recebiam um pequeno lote para cultivar.
O termo é usado de forma inadequada tendo em vista que a origem e as várias vertentes dão conta que colono é aquele que vive em uma colônia; isso significa que não pertence à terra em que vive, mas àquela a qual a colônia representa. Nesse caso, o colono sabe pouco sobre o país onde vive e de forma atordoada tenta se inteirar de tudo que acontece no país de sua origem.
Quando se usa a expressão colonialismo se quer usar o termo como analogia a uma dependência de um povo a outro; ou seja: se tem o corpo em um país, mas se tenta pertencer a outro, se inteirando sempre sobre o outro, vivendo o outro. Esse indivíduo é o colono no sentido de que seus interesses, suas vontades e até suas necessidades, estão direcionadas a um determinado país que não aquele em que nasceu, bem como seus pais e irmãos.
Quando o brasileiro vê o seu próprio povo como o mais errado, o mais corrupto, o mais vadio, o mais malandro ou outros termos pejorativos, no mesmo passo que os países europeus e estadunidenses como os mais elevados é colono. Ou: se esse brasileiro não vê a importância na terra onde nasceu, mas tudo faz para conhecer e viver os países economicamente dominantes é colono. Aliás, algumas pessoas ao visitarem, ou manter alguma estada nesses países, chegam ao ponto de se sentirem pertencentes, como se ali fosse sua terra.
Enfim, o colono é um sofredor porque é um desterrado, um apátrida. Esse colono é sim um brasileiro, com documento de brasileiro e direito ao voto, mesmo que sua mente queira viver o que acontece lá fora. É um sofredor porque não é, e nunca será, um estadunidense ou um europeu porque nunca serão aceitos como tal; mesmo que por ventura consigam visto de permanência ou até uma nacionalidade serão sempre cidadãos de segunda categoria. É um problema cultural porque muitos pensam dessa forma, mas é também um distúrbio mental, pois acarreta um sofrimento perene. A solução é largar esse sentimento de colono e assumir por completo a terra em que viu nascer e crescer.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário