sexta-feira, 18 de novembro de 2016
O Estado, o Capitalismo, a Ciência, a Imprensa e o Fim da Modernidade
O Estado, o Capitalismo, a Ciência, a Imprensa e o Fim da Modernidade
Um a um, os alicerces da modernidade vão sucumbindo: a economia, baseada no modo capitalista de produção, o cientificismo mecanicista e suas pretensões de verdade enfraquecem dia a dia juntamente com o esfacelamento do estado burocrático e as suas divisões de poder bem como a imprensa, como um sustentáculo ideológico. As pretensões que o substantivo “moderno” carregou de novo, de atual, se perdeu e passou a definir aquilo que pertenceu a uma época, mas que já faz parte do passado.
O modo capitalista de produção, que durante muito tempo lutou contra todas as iniciativas socialistas, como se fosse um confronto entre o bem e o mal, se esvai e deixa, como seu legado, apenas um fetichismo monetário e a sua correlata sede de ostentação. Falam-se muito, nos dias atuais, em empreendedorismo, mas o que de fato se encontra, cada vez mais, é uma vontade de possuir bens supérfluos e, assim, ostentá-lo.
A ciência com seu racionalismo, que nesse período se apresentou como a “virgem vestal”, a única possuidora das chaves da sabedoria, já dá lugar a uma transdisciplinaridade em um pensamento que admite a falibilidade de qualquer método positivista. Então, fica cada vez mais evidente que se reproduziu na modernidade as pretensões de verdade tal qual a Idade Média.
Por outro lado, o esfacelamento do dito estado moderno, organizado com os seus três poderes, torna visível hoje que essa instituição já não consegue mais assistir, proteger ou mesmo representar, o indivíduo. Isso porque a máquina estatal, em suas variadas áreas, virou um espaço de atuação ideológica e de interferência no setor político; além do que, virou em espaço em que filhos da classe média se aferram aos seus cargos, ressaltam “direitos adquiridos” e fecham-se em um espírito de corpo.
Se a modernidade criou um burocratismo acéfalo, criou também um sistema de informação conhecido como imprensa, que durante muito tempo nada mais foi que um excelente nicho de mercado. Durante esse período, ricaços da comunicação viam suas contas bancárias crescerem, ao mesmo passo que, com suas forças jornalísticas, moldaram (ou ainda moldam) a política de determinadas sociedades. Com o advento da internet caíram as assinaturas e, com elas, os ganhos, o prestígio e as interferências políticas.
Não é de hoje que os alicerces começaram a cair; acontece que nos últimos tempos tudo ficou mais evidente. Diante disso só resta repensar todos esses temas: economia, estado, imprensa e ciência; para ficar apenas nos principais sustentáculos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário