terça-feira, 15 de novembro de 2016
Direita, Nacionalismo e Conservadorismo
Nesses tempos em que o mundo parece dar uma meia volta à direita, em que se elegem novos governantes, alguns assumem via golpe, ou assumem via armas, mas identificados com uma política conservadora, de manutenção da ordem e dos “bons costumes”, convêm que se repense, com cuidado, o conceito de nacionalismo. Principalmente se levar em conta que, sob a égide desse pensamento, já se libertou muitos povos, mas também já se matou, manipulou, invadiu e escravizou tantos outros povos.
Em primeiro lugar, para se pensar a respeito é necessário que se conceitue antes o termo nação como, mais correntemente, se designa: um povo com identidade étnica e cultural; dessa forma, nacionalismo é uma corrente de pensamento de valorização dessas identidades. A auto-valorização dos costumes e ancestralidade dos povos remontam às sociedades mais antigas. No entanto, o nacionalismo, tal qual se desenha nos tempos atuais, remonta às teses político-ideológicas em que pesa um sentimento de valorização do mercado e a sua identificação com uma dada nação, surgidas após a Revolução Francesa.
O nacionalismo, portanto, é uma ideologia fundamental na história, a partir da primeira fase Revolução Industrial, quando os estados nacionais se tornaram a forma de organização político-cultural que, no Ocidente, substituiu o sistema feudal. Os países, cujos povos foram formados a partir de uma multiplicidade de expressões nacionais, costumam substituir o termo por patriotismo, considerado mais uma manifestação de amor pelo território, bem com aos símbolos integradores como o hino, a bandeira, suas instituições e/ou representantes.
Enfim, toda forma de aglutinação, de exaltação de um povo é bem-vinda. O grande problema é quando, qualquer pensamento dessa natureza, extrapola o sentimento de valorização do grupo para cair numa xenofobia.
Nesses tempos de assunção de governos inclinados para direita – quando o Oriente Médio mantém líderes calcados na força e um estado como o de Israel opressor contra os Palestinos é aceito pacificamente, quando a América Latina é varrida por uma força conservadora, quando a Europa se surpreende com a ascensão de novas formas de nazismo e os Estados Unidos da América elege um declarado conservador teme-se que se repitam ações do passado, sabidamente erros de prepotências e crenças na superioridade de grupos.
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