segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Os EUA e a Liberdade Entre os Povos
Após a Segunda Guerra Mundial, o novo alinhamento político e econômico dos países estabeleceu um novo conceito de liberdade entre os povos: estar ou não alinhado ao que pregam os Estados Unidos da América. Esse país se utilizou de todas as armas possíveis e imagináveis para dirimir os destinos dos povos e, ao longo de algumas décadas, conseguiu impor noções de validade, tanto estética, cultural e educacional, quanto econômica, política e social, a uma boa parcela da população mundial.
Isso aconteceu de modo que qualquer governante que não segue a sua cartilha, com a sua noção de sua democracia, é condenado pela imprensa mundial, alinhada a eles, como “ditadores sanguinários e opressores do seu próprio povo”. Não é um alinhamento ditado pela força hegemônica, coerente, dentro de uma concepção autentica, mas é um alinhamento que tem apenas o favorecimento econômico, unilateral.
Os países latino-americanos, durante o período ditatorial em que viveram com governantes ligados umbilicalmente aos interesses estadunidenses, eram vistos pela grande mídia como livres. As torturas, os desaparecimentos, as perseguições políticas e a censura aos modos de expressão, nesse caso, não foram observados e os povos foram considerados livres.
A partir dessa concepção, mais tarde, o Iraque - antes da invasão dos Estados Unidos, sem o consentimento da ONU - não eram livres e agora são; o Irã, nos tempos do Xá Reza Pahlevi era livre, agora, nos tempos dos aiatolás, não o são. Na Líbia, de Muammar Gaddafi, o povo não era livre, mas agora, vivendo o grande exemplo de anomia, com os grupos matando-se uns aos outros, são livres; explicação: a Líbia é um solo encharcado de petróleo, a ser explorado, valendo milhões de dólares.
Cuba, desde a independência com José Matí, esteve atrelada aos Estados Unidos, inclusive constitucionalmente; cada governante tinha que pedir a bênção para o irmão do Norte e nessa concepção, o povo era considerado livre. Depois, quando a Revolução de 1959 pôs fim a esse mando, a imprensa estadunidense e boa parte da mundial, passou a enquadrá-lo como um povo não livre.
O que define se um país é livre não deve ser a noção cultural ou política (ou interesse econômico) de um ou outro povo, mas a capacidade de autodeterminação. As pessoas, dentro de suas formações culturais, podem ou não aceitar os encaminhamentos de outras sociedades, mas não se pode com isso rechaçar, inferiorizar o outro só por ser diferente. A política de cada país diz respeito apena aos cidadãos do referente país.
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