Aliás, já nos tempos da Doutrina Monroe, quando os grandes impérios fatiavam o mundo sob suas influências, os Estados Unidos levantavam a bandeira: "a América (toda) é para os americanos (do Norte)". Mas, se os países latino americanos vivem historicamente uma dependência dos países ricos, um não consegue ver e se espelhar na realidade do outro e, assim, tirar algum proveito - os brasileiros nada sabem sobre os bolivianos e esses nada sabem sobre os mexicanos, que nada sabem dos venezuelanos e assim vão - e é onde podem estar as soluções para essas economias tão próximas e tão distantes, com mais trocas culturais e científicas.
O que não se percebe é que a América Latina compreende a maior parte do território americano, com uma população de consumidores que ultrapassa a casa do meio bilhão de almas e uma diversidade imensa em fontes de matéria prima. E aí, de olho nessa expressiva fatia do planeta, os países mais ricos voltam-se para essa parte da América e o resultado é uma constante relação de dependência por parte de cada economia local a esses investimentos internacionais.
Acontece que as relações capitalistas se dão não só entre o possuidor de capital e aquele que detém a força de trabalho, mas também em termos de dominação de um estado sobre o outro; ou seja: para desenvolver uma economia é preciso que a outra seja explorada, a menos que haja uma busca comum por soluções. As práticas das metrópoles para com as colônias econômicas são mais ou menos as mesmas, atrás de um invasão cultural - música, cinema, literatura, ditando as modas e os costumes - vem uma imposição econômica estabelecendo necessidades de consumo a determinados produtos. Em contrapartida, se os países latino-americanos se aproximassem cultural e cientificamente também se aproximariam economicamente e estariam menos sujeitos aos controles dos grandes centros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário