segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Paraguai ou Tríplice Aliança? Guerra do Cone Sul

Passados mais de 160 anos, a Guerra do Paraguai continua sendo um espetáculo decisivo para a geopolítica sul-americana, principalmente no que diz respeito aos países Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. O que para um lado foi Guerra do Paraguai, para  outro, os paraguaios, foi Guerra da Tríplice Aliança, um momento que o País se viu forçado a lutar contra os seus três vizinhos mais próximos.
No Brasil se ensina que essa que foi a maior guerra da América do Sul e que fora motivada pelos sonhos gananciosos do ditador Solano Lopes ao pretender ampliar seus territórios até o oceano Atlântico. Para ver um Paraguai maior, almejaria ele anexar as terras do sul do  Brasil, do nordeste da Argentina e toda a República Oriental do Uruguai.
No entanto, os tais relatos não condizem com os fatos. Se por um lado não havia uma definição clara nos limites de cada território, por outro, os quatro países, ainda estavam em formação, com problemas econômicos e sociais graves e forças políticas lutando por hegemonia.
No Brasil, enfrentavam-se liberais e conservadores, com a participação dos republicanos que desejavam o fim da monarquia, além dos separatistas e abolicionistas. Nesse período o País não tinha definição exata dos seus 
Imites; ninguém sabia até onde seguiria a província de Santa Catarina, ou do Rio Grande do Sul, tanto é que, por volta de 50 anos mais tarde, essas questões de limite estourariam o conflito que ficou conhecido como Guerra do Contestado.
Na Argentina os conflitos também já eram mais que políticos, já que ficavam por conta da tentativa de Buenos Aires se impor sobre os demais territórios platinos: época em que os portenhos lutavam contra os confederados. Já o Uruguai, depois que se independeu da Espanha, ficou sob a égide do governo brasileiro por um curto período e recobrou sua soberania, passando a viver intermináveis lutas políticas e militares entre o partido Blanco e o Colorado.
O Paraguai de Solano Lopes queria sim uma saída para o mar e podia, já que os territórios não estavam definidos e havia um tratado assinado entre Portugal e Espanha que afirmava o uti possedetis (o território seria de quem primeiro o ocupasse). O pensamento corrente dos países em conflito era de que quem controlasse tais territórios controlaria os rios Paraguai, Uruguai e Paraná e poderia escoar sua produção agrícola livremente.
O resultado de tudo foram cinco anos e meio de guerra entre uma coalizão formada por Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai que, isolado, foi derrotado. Passados os 160 anos, as comunicações fluviais acontecem satisfatoriamente e os conflitos internos de cada país continuam, mas as relações entre os parceiros do cone sul ficaram marcadas. Os quatro permanecem com dificuldades econômicas, social e dependência internacional.

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