sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Em Defesa da Direita

Pode parecer estranho, mas nos tempos de hoje se faz necessário a defesa da posição política de direita, não pelo seu valor em si, não pela sua política conservadora, liberal ou mesmo fascista, mas para que se faça o contrapeso com a esquerda e para que se erradique a nulidade ignorante que contraria posições sem saber o que está fazendo. A filosofia política de direita tem seu nexo determinado e coerente com defesa de ideais de mundo melhor, ou mais livre, seja lá o que se entende por mundo melhor, ou mundo  mais livre.
É preciso que se diga isso para contrapor as pretensas teorias políticas, sociológicas e econômicas "de direita" de um cem número de pessoas que fazem afirmações desconexas, sem qualquer elaboração, sem qualquer rigor metódico. Um puro "eu acho". Esses indivíduos parecem compor exércitos de inúmeros Don Quixote de La Mancha, seguidos de seus Sancho Pança a lançarem suas espadas sobre moinhos fantasmagóricos, ou ratos a seguirem os seus flautistas de Hamelin.
Ora, ninguém pode questionar o prestígio alcançado pela contribuição do pensamento de Adam Smith, um liberal indispensável para entender a produção da riqueza humana; aliás, foi lendo seus textos que Marx percebeu que a produção de riquezas está no trabalho. Da mesma forma são inquestionáveis as contribuições de contemporâneos como Milton Friedman, um Raymond Aron, ou René Remond, economistas, historiadores e cientistas políticos, entre tantos outros, mais ou menos liberais, mais ou menos conservadores.
Mesmo no Brasil. Alguns prestigiados intelectuais como Gilberto Freyre, Miguel Reale, Delfim Neto, sociólogo, filósofo e economista, entre outros, são pensadores que nunca estiveram próximos de qualquer pensamento revolucionário, mas que suas leituras contribuem para o entendimento da sociedade brasileira. A leitura de seus textos dá bases de compreensão política e social para que se saia da roda viva das elaborações de conjecturas econômicas e políticas soltas, desconexas, sem sentido.
Discutir política é discutir pensamentos de direita e de esquerda, de centro ou de extrema, como se queira elaborar e se enquadrar posições, mas ideias precisam ter norte, um nexo que possa receber uma contraposição. Enquadrar um pensamento qualquer como de direita pelo simples fato de o seu portador não entender o que o outro está falando é algo que não se faz, ou alguém dizer que não aceita tais e tais ideias, claramente despido de qualquer leitura a respeito, não deve ser levado em conta. Esse é o ignorante e o ignorante não deve ser considerado.

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