Nesses tempos de economia de mercado as relações sociais são dirigidas pela concorrência a todo o custo e, dessa forma, se deterioram na incompreensão, na mentira, na hostilidade, no individualismo etc. Com isso a humanidade é que se deteriora tendo em vista que o conceito que a define está calcado na relação de construção, embasado em outros conceitos como apoio, camaradagem, sinceridade, parceira e essas coisas.
Acontece que, com a luta pela acumulação de riqueza, as pessoas se entregam na busca pelo status da posse, pela simples demonstração de que possuem algo. Pura ostentação. Portanto, o pensamento dominante é que todos precisam consumir tudo, sempre, cada elemento novo posto no mercado.
E aí, surjem dois fenômenos ligados diretamente a essa necessidade de consumo que precisam ser considerados, a propaganda e o marketing; que não são levados isoladamente, mas juntos ou enleados com a comunicação e com aquilo que se poderia chamar de arte. Se o primeiro se preocupa em divulgar o surgimento de um novo artigo posto à venda, o outro, se orienta em fazer as pessoas sentirem-no como uma necessidade imprescindível.
E isso é feito de forma tão cientificamente bem tramado, depois de tão bem pesquisada essa mesma sociedade, que acaba penetrando nos mais variados setores sociais como a escola, a família, a igreja, o clube etc. Essa força toma conta das pessoas de maneira que essas se unificam em uma massa consumidora voraz e, caso não alcancem a obtenção do objeto posto na gôndola, se sentem inferiorizadas e, por isso, sucetíveis a ações desonestas.
As mentiras e as falsificações, mazelas dos tempos modernos, passam necessariamente por essas considerações; por extensão: a corrupção e o aumento da criminalidade nos grandes centros urbanos. Se a necessidade de consumo está posta, e o status vem da demonstração de que se tem posses, as pessoas não encontram outro caminho se não a se apresentarem como as que se "deram bem na vida", as que são possuidoras de riquezas.
As relações sociais se alteram com a história e em todos os tempos as mazelas são inevitáveis, em uma época foram as lutas por honras, em outras para serem vistas como depositárias da fé, mas nesses tempos em que o nexo é a acumulação de riquezas, a situação trás junto um desmonte da ossatura social. Que se tenha falsidades e enganações, todas as sociedades têm, ou tiveram, mas nenhuma pode estar assentada sobre algo que que não aglutine seus membros.
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