Nesse caso, fala-se dos humanos, seres capazes de pensarem suas próprias existências, portanto o seu início e o seu fim: o nascimento, a vida e a morte. Cientificamente os homens dão explicações de como surge a vida com toda a complexidade da fecundação, assim como as doenças e a velhice que causa a morte; da mesma forma manipulações laboratoriais que são capazes de provocar nascimentos e aparelhos que podem manter pessoas vivas, ou drogas que levam a morte de forma indolor. Mas nenhuma das explicações científicas são capazes de satisfaze-los em suas condições de existência e explicar os seus nascimentos e, principalmente, o seu pós-morte.
Acontece que são dotados de um nível de racionalidade tal que se transforma em consciência, uma capacidade de saber e saber que sabe. Ou seja: perceber sua própria finitude, pois entendem que um dia não existiram e, por isso, um dia não mais vão existir e, aí, a aflição pela existência.
Mas essa consciência não aceita as explicações científicas porque elas explicam o "como", e os humanos esperam o "porque"; por isso muitos entram para uma busca do transcendental esperando encontrar sentido para aquilo que os angustia. Isso porque a consciência se acredita dotada de racionalidade e como tal, ao obter respostas metafísicas e transcendentais, pode pensar já de posse de respostas que lhes satisfaça.
Esquecem, nesse caso, que a consciência, que por hora se angústia pelo pensamento de seu fim, é fruto de uma combinação físico-química ocorridas entre neurônios que provocam o pensamento, as memórias e, com eles, a consciência. Portanto, consciência só existe porque existe uma massa cinzenta chamada cérebro e cujo fim dele será automaticamente também o seu.
Portanto, se um dia essa massa cinzenta chamada cérebro não existiu e um dia não mais existirá, também a consciência um dia não existiu e um dia não mais existirá. E a pergunta que persiste, "para onde a consciência vai com a morte?" Resposta: "para o mesmo lugar de onde veio, lugar nenhum".
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