As organizações de profissionais em torno de seus afazeres e defesa dos seus interesses é algo natural desde os tempos da antiguidade, quando construtores se uniam na busca de soluções para os trabalhos impostos pelos monarcas. Da mesma forma as guildas e suas corporações de ofício nos tempos do medievo, quando união mestres artesãos em defesa da qualidade do trabalho e da reserva de mercado.
Mais tarde, com a revolução industrial, surgiram as organizações de sindicatos que congregavam os operários na defesa de seus interesses trabalhistas. Sem leis que regulassem o trabalho, homens e mulheres eram explorados por longas horas em máquinas perigosas e condições subumana. Muitas dessas organizações sindicais, mas tarde, transformaram-se em instrumentos de extrema importância para os movimentos sociais e lutas revolucionárias pelo mundo a fora.
Mesmo nos tempos atuais, as chamadas organizações classicistas, continuam com suas importâncias na defesa legal dos interesses dos trabalhadores de áreas afins. E essas ações são perfeitamente aceitáveis como morais e éticas, dentro do princípio de luta pela sobrevivência e produção de riquezas.
Em todos esses tempos as corporações cumpriram e cumprem um papel preponderante na proteção ás categorias, dentro dos inúmeros jogos de interesses a que enfrentam. O que não pode acontecer é deixar que esse espírito de corpo e todos os jogos de interesses tomem conta da universidade, um local de produção de conhecimento. É aí que dois conceitos se enquadram: a diversidade na universidade. Quando se fala em aceitar a primeira é com o propósito de caminhar para a segunda e não o seu contrário.
Ora, a universidade como instituição de ensino superior, preocupada como o tripé, ensino pesquisa e extensão, precisa atuar junto ao mundo do trabalho na sua totalidade ou ficará alijada da sua própria condição de produtora do conhecimento; o que tem de caracteriza-la é a aceitação das diferenças e a colaboração.
O mundo não é formado apenas por médicos, apenas advogados, por engenheiros, ou por economistas, mas por uma constelação imensa de áreas de trabalho importantes na constituição da estrutura da existência moderna. A universidade não pode ser formada para dar sustentação a essa ou aquela categoria, mas deve se querer retrato desse universo de saberes, dessa totalidade.
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