Já se disse que "o imbecil não sabe que é imbecil, se soubesse deixaria de ser", ou que "a pessoa que não sabe, não sabe que não sabe" e que o primeiro passo para superar as limitações é perceber e admitir as tais limitações. Em outras palavras, o desinformado, exatamente por desinformação, acredita sempre que aquilo que sabe é o suficiente para emitir suposições sobre algo.
Ora, é natural que toda e qualquer pessoa queira um lugar ao sol, que toda e qualquer pessoa queira se mostrar como belo ou como sábio e que, para isso, faça marketing de suas falas, atitudes e ações. Mas alguns ignoram os dados daquilo que está em pauta, não conseguem medir as informações acumuladas, os dados, e se acreditam capazes de intuir sobre algo e emitem pareceres desconexos do objeto em si e mesmo de uma totalidade.
O que eles não se percebem é que o crescimento pessoal, o entendimento sobre algo, só acontece quando se admitem as próprias deficiências, quer seja no modo de pensar ou de ser, se é que pode falar em diferenças entre as duas situações. Mesmo que se enalteçam as próprias potencialidades, mesmo que se falem maravilhas sobre suas qualidades, as pessoas precisam estar a espreita de que sempre haverá outras mais sábias e outras mais belas. Sempre.
Se houver uma pessoa mais sábia, ou uma mais bela, não haverá alguém que saiba tanto que não possa ouvir mais, buscar mais, ou tentar entender mais. Se alguém se pensa como insuperável, como completo, como exato é propriamente essa pessoa que, há muito já fora superada, e que precisa ouvir, buscar e tentar entender aqueles que o cercam.
Não se pode deixar de lembrar que há uma distância, longínqua, entre o tolo e o sábio: enquanto o primeiro se acredita completo, terminado, portanto não tem mais o que aprender, o outro conclui com suas angústias, questões e incertezas que falta tudo para seu entendimento. Isso porque a escalada da sabedoria, ou o entendimento sobre todo e qualquer conhecimento acontece como degraus a subir: quanto mais se sobe e por isso se sabe sobre algo, mais se percebe a imensidão do horizonte dos saberes e mais se tem a noção de nada saber e por isso a necessidade de mais buscar o saber.
Toda e qualquer pessoa tem algo a dizer e por isso deve se ouvida. Mesmo se esse for um tolo, pois esse em suas falas e atitudes tem a ensinar como acontecem as tolices; e aí, tolos e sábios têm modos de encarar tais tolices e tomar atitudes diante delas diferentes.
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