sexta-feira, 13 de abril de 2018

Da Epistemologia

O modo como ocorre o conhecimento, como as pessoas aprendem, ou o que é o conhecimento, o que é o saber, são pontos de uma área da Filosofia por demais importante e muito já estudada, muito pensada, mexida e remexida, a Epistemologia. A relação entre o sujeito congnocente e o objeto cognoscível sempre esteve na berlinda, na busca por entender como aquilo que está no mundo sensível, em algum momento, poderá estar no mundo das ideias de cada indivíduo.
Certamente que a Epistemologia (episteme quer dizer entendimento científico e logos, o saber), ou os conhecimentos sobre a cientificidade de uma determinada área, por sua vez é oriunda de uma área ainda maior, a Gnosiologia. Uma coisa é estudar o objeto em si, o que se poderia chamar de Ontologia, a outra, é estudar os procedimentos de como acontece a formação do conhecimento, com seus métodos de investigação, metodologia etc.
Mas esta Gnosiologia é o groso da coisa. Refere-se a todo e qualquer conhecimento sobre algo: tanto o vulgar, o senso comum, que vem carregado de paixões, de preconceitos e interesses particulares, quanto o epistêmico, o elaborado, fruto de uma investigação racionalizada. A Epistemologia, portanto, é o estudo a respeito da investigação científica de uma dada ciência; é propriamente o modo como acontecem as produções de conhecimento e, por extensão, toda a elaboração das teorias existentes.
Isso porque na discussão a respeito da cientificidade das variadas áreas estuda-se, além dos métodos e procedimentos lógicos, determina-se o objeto de investigação da área que se pretende ciência. Na sequência, determinando o objeto de investigação, delimita-se propriamente a área do conhecimento em si, delimita-se a ciência e as relações dela com as demais, os seus limites e as contribuições.
Direito, História, Biologia, Química, todas as ciências, elas não existem concretamente. Se o universo é fruto de um Big-bang, ou de uma vontade divina, a verdade é que nenhuma delas existe desde o principio dos tempos, como se fossem inquestionáveis. Não. São abstrações, áreas do conhecimento, delimitadas e denominadas pelas civilizações com o intuito de aprofundar as particularidades dos saberes e elaboradas pela racionalidade.
A Epistemologia, por tanto, tem como propósito não discutir a coisa em si, mas a produção de conhecimento e os seus limites; limites tanto de possibilidades de acertos e veracidade de suas pesquisas, quanto a sua relação com as outras ciências.

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